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Somos nós, a dona e os bichos, todos possuídos. Cada um à sua fantástica e extravagante maneira :) O cão é Tomás, o gato Matias, o pato é Luís e a dona Ameixa Maria.
Fui, como de costume, dar de comer ao Tomás, o meu cão idoso :)
Desde que mudamos para esta casa - em Outubro do ano passado - que ele dorme no que chamamos de barraco, porque é onde guardamos a lenha. Ora, o barraco tem uma janela que eu fechei por estar a chover, mas a janela estava aberta. O barraco não tem lâmpada e, sempre que lá vou à noite, só levo a lanterna do telemóvel comigo. Com pena do bicho fechei a janela, e eis que começo a ouvir barulhos esquisitos, achei que era o cão mas o barulho era diferente. Aaaaaii que é um rato! Querem lá ver que o bichinho anda aqui de volta dos meus pés? Aponto a lanterna para o chão mas só vejo o cão de volta de mim. Eis que esvoaça qualquer coisa à minha frente. Cristo, qué isto!? Algo pára na beirada da janela - que está fechada - e eu, incrédula, fico a olhar para o bichinho lindo. É um passarinho, um que nunca tinha visto, pequenino, com penas brancas e pretas e umas patinhas negras esguias.
E agora Maria Ameixa? Que raio vais fazer? O primeiro pensamento é apanhá-lo e aponto-lhe a lanterna prás vistinhas, que é para o bicho ficar ofuscado e não desatar a esvoaçar. Resulta e consigo apanhá-lo :) Que lindo e tão sossegadinho. Mas que é que vou fazer ao bichinho? Será que tem alguma asinha partida? Levo-o para dentro de casa? Não posso que está lá o Matias. O gato é meio drogado mas assim que vê algo a mexer, ele acorda para a vida e fica doido :)
Levei-o para o anexo, só para ver se o bicho voa ou se precisa de cuidados.
Fecho a porta do anexo e pouso o bichinho na palma da minha mão, ele fica assim por uns segundos e, depois, esvoaça por tudo quanto é lado e bate contra as coisas. Oh céus! Afinal o bicho voa e eu abro-lhe a porta e lá foi ele... empurrado pela chuva persistente. Só espero que encontre o seu caminho e seja feliz.
Não posso deixar de pensar se me veio dar algum alento, esperança de receber boas novas ;)
Enquanto esperava por visitar o Matias na quarta-feira, escrevi no telemóvel algo que me passava pela cabeça, e que consta nisto:
"Estou aqui a pensar nas porcarias que as pessoas me dizem e no quanto sou feliz com os animais!"
Mesmo que esses ditos animais me dêm uma trabalheira do caraças.
Há pessoínhas que são bem piores que bichos!
Ontem fui visitar o Matias e, depois, não me consegui orientar para dar notícias.
Cheguei lá e ele estava com aquele focinho de "estás a olhar para mim porquê? não te conheço de lado nenhum!"
Já algaliado e debaixo dos cobertores, só faltava um sinal a dizer "Please do not disturb!"
Eu, que não tenho paciência para birras, tirei-o debaixo dos cobertores, enfiei-lhe o Pexion pela goela abaixo e ele começa numa cena que durou todo o tempo que lá estive. Foi um tal lamber de algália que eu enjoei. Lambeu, lambeu, lambeu e continuou a lamber.
Hoje a veterinária disse que, mal me fui embora ontem, ela colocou-lhe o "funil da vergonha", porém, ele conseguiu - sabe-se lá bem como! - arrancar a algália mesmo com o funil colocado. É o meu orgulho, este gato!
Agora veio para casa mas não está a 100%. Já consegue fazer xixi, mas da maneira que arrancou a algália deve ter aquela pilinha toda esgaçada e deve doer. Bem feita!
Está a tomar antibiótico. Sexta-feira voltamos ao veterinário para ver como está isto. Segundo a doutora, era muita pedra a entupir a uretra.
Estou a preparar-me para os ataques que ele vai ter. Já sei que, depois de tanto stress e da estadia fora de casa, vai haver festa :)
Eu mereço!
Beijos
Tchhh, já lá vai quase um ano desde que cá pus as patas :)
Sinal que está tudo mais ou menos bem... até hoje!
O bicho mais esquisito é o Matias, o gato possuído. Ontem fez das suas. Na madrugada de Sábado para Domingo teve três ataques, três! Ora, dois ainda está dentro do normal, mas três já é um exagero. Pior ainda, sinal de que algo estava mesmo errado, é que os ataques não foram acompanhados da tão e sempre aguardada... mijadela. Nada! Umas pinguinhas só, no primeiro ataque. O segundo e o terceiro já foi tipo pólvora seca... rien de rien!
Ora, como isto lhe dá mais à noite, eu, que estava toda ensonada, fiquei contente de não ter que limpar xixi aquela hora. Abençoado gato! Mas ontem ao fim do dia, noto que o bicho se demora muito na caixa de areia. Ali, arriado, em posição manhosa, minutos e minutos que passam e ele não sai dali. Cansa-se e enche o chão de areia, tal é o entre e sai da caixa. Limpa Ameixa Maria, limpa. E lambe-se, nas partes íntimas, lambe-se o bicho. É Domingo, mas amanhã já marchas até ao veterinário - pensava eu. E lá fomos. Ele ficou internado, está com a uretra obstruída. Quando a veterinária o apertou para ver se realmente precisava de ser algaliado, ele vomitou... a modos como que a mostrar o descontentamento do apertanço!
Ficou lá com aquele ar de não me toques que eu desenvolvo já aqui um ataque! E eu ri, que é o que faço melhor. Ele está em boas mãos, chorar para quê!? Já chorei tanto no primeiro ano de vida deste bicho e ele continua firme e forte. É só mais uma passagem para contar... amanhã dou notícias. Vou visitá-lo e levar o Pexion, que a doutora não tem os comprimidos todos deste meu animal :)
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